terça-feira, 30 de setembro de 2008

A terrivel verdade da sardinha do sábado

Maravilhosos ausentes,

O sábado passado fui envenenada por uma sardinha!
Estive doente todo o santo dia e ainda estou em recuperação, mas este é um facto e tão cedo não sei se vou poder aproximar-me da minha musa. Até cometi o sactrilégio de congelar sardinhas, foi um dia em que o mundo perdeu a cabeça, sardinhas no meu congelador (para não as deitar fora, um sacrilégio ainda pior).
Bem, mas o que é facto é que aconteceu. Parce que é um virus que anda por aí, mas a mim só me atacou após a ingestão da fatidica sardinha.
Assim sendo, desenvolvi uma teoria e é com apreensão que a exponho publicamente a uns potenciais milhões de leitores. Será que a sardinha se vingou (por eu ter criado este blog)? será que aproveitou a oportunidade de uma exposição pública para se vingar de todas as sardinhas comidas e digeridas até hoje?
Há que confesssar que é uma grande coincidência e eu não acredito em coincidências (ou acredito?).

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Influências portuguesas na pesca da sardinha no Brasil

Na década de 30 iniciou-se na baía da Ilha Grande a salga da sardinha, introduzida por imigrantes japoneses e portugueses.Chegaram a existir várias fábricas espalhadas por toda a ilha mas entraram em decadência devido ao declínio dos estoques pesqueiros que as levaram à ruína.
Tal redução da pesca deu-se a partir da década de setenta em função de diferentes processos concomitantes e correlacionados, tais como: a pressão de grupos externos de pesca, a redução dos mananciais, o fechamento das fábricas de sardinha e a criação das unidades de conservação (APA Tamoios, Parque Estadual da Ilha Grande, Reserva Biológica da Praia do Sul, Parque Estadual Marinho do Aventureiro
Hoje, das diversas comunidades da Ilha, apenas a de Provetá vive da pesca, sabendo-se que os donos de barcos dedicam-se também ao trabalho com translado de turistas nas épocas propícias.Muito eloqüentes e expressivas da mudança do eixo econômico da atividade da pesca para o eixo econômico da atividade do turismo na Ilha, são algumas das antigas fábricas de sardinha, hoje transformadas em pousadas.

http://www.ilhagrande.org

La bérité chour la chardinha.

Yé bé bou dire des choses chour les chardinhas, qué bous né connaichez pas. Car les chardinhas auchi, émigrent des fois.

Donc, mes connaichanches, academicas et praticaches, yé les mettrai ichi, oune contribouchion à la développement de la chienche.

Abec amour et chodade.

Chardinho.

Atentados à sardinha: pescar com dinamite

Ocorre cada vez com mais frequência em Espanha um dos mais destrutivos métodos de pesca de sardinha: a pesca com Dinamite.
O explosivo é atirado da embarcação de pesca e explode, trazendo à superfície, os cardumes confusos de sardinhas. O peixe está desorientado e concentra-se numa área reduzida onde é fácil recolhê-lo com as redes.
Mas segundo Pablo Carrera do Museo del Mare de Vigo:
“A velocidade de difusão do som é de 1500 metros por segundo. Destrói o ouvido interno da sardinha, onde reside o sentido de equilíbrio e a sua bexiga natatória, que lhe permite controlar a profundidade. Se não fôr capturada acabará por morrer sozinha em poucos dias.”
A onda destrutiva arrasa também o fitoplacton e o zooplancton, base da alimentação de diversas espécies marinhas.
Tendo em conta a amplitude e gravidade da ameaça a polícia espanhola começou a usar cães para cheirar a carga dos navios de pesca, tendo estes respondido com a colocação da dinamite em contentores estanques presos a bóias que localizam por GPS.
A esta história triste, motivada pela infinita ganância do Homem, falta ainda somar um detalhe… Segundo a reportagem do El Mundo:
“Todos os explosivos encontrados em bóias são de fabricação portuguesa. A nossa suspeita é que vem daí. Um das vias de penetração podem ser os barcos que operam na campanha da sardinha no norte de Portugal.”
in El Mundo, 2006

União possível


Entre a salsa e a sardinha...

Locrio de pica pica (sardinas en salsa picante)

Ubicación
País: República Dominicana
Comunidad:
Típica de: República Dominicana
Provincia
Características
Alimentos Base: Sardinas
Dificultad: Media
Tiempo preparación: 35 min.
Comensales 4
Estacionalidad:
Ingredientes
4 tazas de arroz5 latas de sardinas en salsa de tomate picante6 tazas del agua5 cucharadas de aceite4 cucharas de pasta de tomate1/2 taza de ajíes cortados en cubos.1 cucharadita de ajo triturado1/4 taza apio picadito1 cucharadita de perejil finamente picado (opcional)Sal
Preparación
Si no encuentras sardinas en salsa de tomate picante compralas en salsa de tomate y añade salsa Tabasco a tu gusto. Saca las sardinas de la salsa y reserva.En un caldero calienta un poco el aceite, agrega el ajo, las hierbas, la pasta de tomates, las especias y la sal. Revuelve y las sardinas de una lata, deja sofreir por un rato. Añade la salsa que retiraste de las sardinas.Agrega el agua restante y lleva a punto de ebullición. Agrega el arroz. Revuelve regularmente para evitar que se queme en el fondo. Cuando toda el agua ha evaporado agrega las sardinas restantes y cubre con una tapa y deja a fuego muy bajo por 15 minutos. Destapa, revuelve, agregue el aceite y cubre otra vez. Espera otros 5 minutos. Prueba el arroz, debe estar firme pero blando. En caso necesario, cubre y deja otros 5 minutos en fuego muy bajo.

Escabeche de sardinas - Espanha

Ubicación
País: España
Comunidad:
Típica de: Jaén
Provincia
Características
Alimentos Base: Sardina
Dificultad: Fácil
Tiempo preparación: 35 min.
Comensales 4
Estacionalidad:
Ingredientes
1/2 Kg. de sardinas medianas 2 dl. de aceite de oliva4 cucharadas de harina Una cabeza de ajo2 vasos de vinagr 2 cucharaditas de pimentón. 2 hojas de laurel Un ramito de tomillo Perejil Unos granos de pimienta Sal
Preparación
Limpiar bien las sardinas, retirar las cabezas y vísceras. Sazonar y pasar por harina. Freírlasen una sartén con aceite e irlas poniendo en un recipiente a ser posible de barro. En el mismo aceite freír los ajos fileteados y apartar la sartén del fuego una vez que estén dorados, dejar que baje un poco la temperatura del aceite e incorporar el pimentón, el laurel, el tomillo y el perejil, a continuación calentar de nuevo, un poco el aceite pero teniendo cuidado de que no se queme el pimentón y añadir el vinagre dejándolo hervir unos 3 minutos a fuego lento y una vez pasado este tiempo verter el contenido de la sartén sobre las sardinas procurando cubrirlas por completo, (si fuera necesario podemos añadir un poco de agua).Dejar el escabeche reposar al menos durante un día o más. Una vez pasado este tiempo sacar las sardinas y tras colocarlas en una fuente verter la salsa restante después de pasarla por un colador.

Empanada de sardinas (Argentina) - receita III

Ingredientes
500 gramos harina2 cucharadas polvo de hornear150 gramos manteca o margarina2 huevos1/2 cucharadita pimentónSal y pimientaRelleno:aceite750 gramos de cebollas1 cucharada pimentón500 gramos de sardinas100 gramos jamón serrano3 huevos duros1 lata de morronesharinahuevo para pintarsal y pimienta
Preparación
Colocar la harina con la sal, el pimentón y el polvo de hornear en la mesa en forma de corona, agregar la manteca y mezclar hasta lograr una masa granulada, hacer nuevamente el hueco e incorporar los huevos y cantidad de agua necesaria hasta unir la masa, que no se pegue en la mesa.Alisar y dejar reposar tapada con una servilleta durante una hora. Dividir en dos partes. Luego estirarla y forrar una tartera aceitada, con una parte de la masa.Colocar el relleno y tapar con la otra porción de masa. Pintar con huevo batido y cocinar en horno moderado durante media hora.El relleno: Cortar las cebollas en juliana fina y rehogar en aceite, escurrirla y condimentar.Limpiar las sardinas, sacando también la cabeza y la cola y desescamarlas. Abrirla por la mitad y retirar la estructura de espinas central. Salarlas, pasarlas por harina y rehogarlas en aceite.Al colocar sobre la masa, poner la cebolla sobre la base, y sobre ella colocar las sardinas; encima colocar los morrones cortados en juliana, los huevos duros picados y el jamón serrano cortado en cubos chicos.
http://www.publiboda.com/cm/pbreceta/2480/EMPANADA_DE_SARDINAS.html

Comprar sardinhas (nos States)

ABOUT SARDINES Order Online at the #1 Source for Gourmet Food and Gift Baskets
Buy Sardines online from igourmet.com! Please visit our online store and go shopping at the number one imported food delivery service in the USA. Fishing for sardines can be traced back thousands of years. The rich, full flavor of these small, oily fish has made them favorites all around the world. Whether smoked like English kippers, canned in oil, or covered in a rich sauce, sardines can be enjoyed at any time of day. To find the best gourmet foods and gift baskets online, begin your search at igourmet.com.

Sardine Pâté - receita III

Sardine Pâté Ingredients
3.5 oz can of skinless, boneless sardines in olive oil 1 tablespoon of butter 3 tablespoons of fresh cilantro, finely chopped Juice of half a large lemon Pinch of turmeric Pinch of cayenne pepper (or freshly ground black pepper if you prefer) Salt to taste
Instructions (Couldn't be easier ...) Empty the contents of the can of sardines, including the olive oil into a medium sized bowl, add all the other ingredients and mash together with a large fork until you reach your desired consistency. Spoon on to hot buttered toast for a nutritious lunch or if you are entertaining, or want a more formal appetizer you could use a food processor for a more creamy emulsion. Serve in a ramekin, decorated with cilantro leaves with toasted pita bread triangles or crostini.

in supermarket guru

Sardinhas da Nazaré - Receita II


Amanhe e tempere as sardinhas com sal e deixe-as repousar 2 horas. Lave-as, enxugue-as, passe-as por farinha e frite-as em azeite juntamente com os alhos. Disponha-as numa travessa e regue-as com a azeite da fritura, juntamente com o louro, a salsa picada e o vinagre.


in Comezainas Clix

Questões metafisicas (de sardinhas)


Porquê?

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Montes submarinos: Biodiversidade e Pescas

Telmo Morato e Daniel Pauly editaram recentemente um relatório sobre “Seamounts: biodiversity and fisheries”. Este relatório, editado pelo Fisheries Centre Research Report 12(5), faz uma revisão do conhecimento actual em montes submarinos e apresenta informação nova sobre biodiversidade de invertebrados e peixes, sobre vulnerabilidade às pescas de peixes dos montes submarinos, e apresenta também uma análise preliminar das pescarias mundiais que se fazem em montes submarinos. Este relatório foi apresentado no passado dia 7 de Junho numa conferência nas Nações Unidas e serviu de base para algumas ONGs requerem uma moratória sobre a pescas de arrasto de profundidade em montes submarinos. Este trabalho pode ser consultado online em http://www.seaaroundus.org/report/seamountsF.htm. Telmo Morato é um investigador portugês, do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, que se encontra a realizar o doutoramento no Canadá na Universidade de British Columbia.

Chaise Sushi


Eu sei, eu sei, não é uma sardinha. Mas merece destaque neste sitio, e faria sem dúvida boa companhia a qualquer sardinha.

Sardinha Ibérica

No sábado passado, na loja do Jumbo de Cascais, a diferença entre o preço da sardinha de origem espanhola e a portuguesa causava grande agitação entre os clientes. Toda a gente perguntava porque é que a primeira custava 2,90 euros e a portuguesa 7,90. Sem resposta para as diversas questões da clientela, a simpática funcionária da bancada do peixe disse "Talvez seja porque uma dança sevilhanas e a outra canta o fado."
in Diário de Noticias

Da conserva da sardinha - I

Em Portugal, o processo da appertização foi utilizado pela primeira vez em 1865, numa fábrica de atum em Vila Real de Santo António, no Algarve. Por sua vez, a sardinha em conserva teve o seu "berço" em Setúbal em 1880, quando o bretão Delory, tentando aproveitar os óptimos recursos pesqueiros da região, ali fez instalar a primeira unidade conserveira destinada àquela espécie.

in O Sector Conserveiro Português

Fernando Chagas Duarte

Portimão e a pesca da sardinha

(…) Portimão continua a ser, ainda hoje, o terceiro porto sardinheiro do país, atrás de Leixões e Peniche. Mas a actividade está em crise. Não só por causa das políticas restritivas da União Europeia, que têm apoiado mais o abate de embarcações do que a sua modernização, mas também devido ao próprio estado do recurso e à procura que ele tem ou deixa de ter. Carlos Vital revelou que a uma subida quase contínua na tonelagem de sardinha capturada entre 92 e 97, tem-se seguido, nos últimos anos, uma queda acentuada, e "este ano as coisas têm andado particularmente mal". Telmo Gil, em representação da Barlapescas, empresa que controla cerca de 70% da sardinha vendida na lota de Portimão, o que a leva a deter à volta de 20% da cota nacional (e 16% da cota das vendas à indústria conserveira), concorda. "Falta peixe e falta mercado", diz, "por causa da situação das conserveiras". E acrescenta que o pior está ainda por vir. "A Associação Nacional da Indústria Conserveira prevê cortes nas compras já no próximo ano. E nos últimos dois anos, os cortes nas compras ascenderam a cerca de 20 mil toneladas". Quanto ao peixe, o problema não é a ausência, mas sim a qualidade. "Há sardinha", diz Gil, "mas há muita sardinha pequena que não tem valor comercial". É provavelmente uma consequência de um fenómeno que tem vindo a ser estudado pelos cientistas ligados à pesca, relacionado com as medidas de protecção dos recursos que estabeleceram uma determinada malha mínima da rede a fim de não capturar animais demasiado jovens, e deixar que os peixes se reproduzam, mantendo assim o stock. Acontece que aparentemente estas medidas têm tido em várias espécies o efeito perverso de favorecer a sobrevivência dos animais de menores dimensões em detrimento dos maiores, que são pescados em maior quantidade, diminuindo assim a dimensão média dos peixes. Numa analogia canina, é como se durante gerações se fossem matando todos os cães que atingissem um certo tamanho: ao fim de algum tempo só restariam caniches.(…)

in Região Sul

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

De onde vêem as sardinhas?

Vou tentar manter o ritmo de um post por dia, por enquanto ninguém lê, mas há que batalhar por uma boa causa, que diabos. As sardinhas, essas mini-sereias aladas e aluadas, merecem-no. Ora bem, qual a origem da palavra sardinha?
Tanto quanto sei, da Sardenha, ao largo da qual navegam bandos desta bem-amada, pitéu apreciado dos autóctones.

Receita nº1 Sardinha assada na brasa

Dispõem-se as sardinhas frescas num prato e salgam-se com generosidade.
Colocam-se na grelha até ficaram ligeiramente tostadas e estaladiças.
Entretanto cozeram-se umas belas batatas novas e preparou-se uma salada com tomate maduro, alface, pimentos, polvilhada de salsa e oregão. Rega-se o todo com azeite, de preferência biológico e com sumo de limão.
Desfruta-se ao ar livre, por baixo de um toldo e acompanhada pela sua bebida de eleição.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Boa noite


Sonhos de sardinhas.

Procuram-se


Contadores de histórias de sardinhas: cozinheiros, pescadores, escultores da maré baixa, curiosos.

Fim de Agosto


Numa praia perto de si, estes (ainda) pescadores puxam as redes como os seus antepassados há vários séculos. Preocupo-me com a renovação demográfica desta população, mas eles não: atrás do tractor, vem um jovem louro, com os cabelos salgados e uma argola de prata na orelha. Há gestos que não se perdem.
Na praia aproximo-me, há uma roda perfeita de veraneantes, curiosos e clientes, que esperam pelas cavalas, carapaus, e outras sortes que o mar queira trazer.
Não tenho saco nem balde de praia, lá atrás as duas meninas riem nas suas adolescências e acabam por se aproximar, curiosas.
Quanto é o quilo?
Os pescadores não têm pressa, mas todos os gestos são rápidos e revelam impaciências. Colocam-se os tabuleiros, e dividem-se as familias dos peixes. Alguns caranguejos são atirados para a areia, triste sorte.
Pois não sabe menina que na praia o peixe tem outro pesar. 10 sardinhas 5 euros.
No meio da multidão, conquisto o meu saco de plástico com dez sardinhas semi vivas.
Lembro-me ainda de uma vinda à noite aqui ou noutro bocado da praia, o barco a chegar, e as luzes dos candeeiros a gaz, as vozes das pessoas que não se viam, mas adivinhávamos aqui e ali, e a minha mãe. Tenho saudades. Quero que estes momentos durem e durem e que os meus filhos, os filhos dos filhos deles, continuem a regatear as sardinhas à meia-lua.

Elogio à Sardinha


Em primeiro lugar, um elogio à sardinha: à graciosidade, ao prateado lunar, à sua inteligência individual e colectiva e à sua simpatia.

Um convite à participação dos amadores de sardinha, e porque não de carapaus, sargos ou trutas.

O que vou tentar trazer para este mini fórum público: histórias de sardinha, raramente contadas pela própria, mas quando possivel num registo biográfico; maneiras de ver e (re)interpretar a sardinha, no prato, pois claro, mas também em fotografia, cinema (porque não?), dança, pintura.

Um convite aos pescadores, para que venham também, contar a história do seu longo namoro com estas esguias beldades.

Bem vindos

Blog exclusivamente dedicado à cultura da sardinha.